quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Recomeçamos nossas postagens trazendo aos leitores sugestões de outros leitores interessados em nossas propostas. Alguns nomes não serão postados a pedidos. Em seguida às sugestões, o Dr. Asplênio Ávaro comenta sobre a idéia apresentada.

Do leitor Redundâncio Círculo Virtuoso: O MAVOPS®© precisa participar de outros movimentos tão edificantes quanto. Sugiro uma abertura maior para isso. 
DR. ASPLÊNIO: Caro Redundâncio, o MAVOPS®© não faz parte dos nossos quadros por ser um movimento independente. Haja vista que participaram ativamente do MCC – Movimento Contra a Corrupção, o qual apoiamos integralmente, uma vez que corrupção gera despesas que geram depressão que geram mais despesas inúteis.

Da leitora Maria das Dores Passageiras: Minha sugestão é que cada leitor interessado possa apresentar um modelo de código pessoal para ser apreciado nas reuniões dos avarentos e egoístas.
DR. ASPLÊNIO: Cara das Dores, aceitamos sua sugestão com os braços abertos e as mãos fechadas, evidentemente. Uma vez que caminhamos para um sistema jurídico absurdo, incapaz de atender a todos os brasileiros como uma nação só, vemos a intrínseca necessidade de termos um código pessoal, individual, que trate de todos os assuntos. Nossos governos socialistas defendem as minorias, então pergunto: Há minoria mais expressiva do que um único cidadão? Como não há, só há uma forma de atendermos às demandas dessa minoria, qual seja, a de um código individual. Sem dúvida que isso geraria uma enorme confusão no início mas, com o tempo, passa. Assim como nós já estamos acostumados ao roubo diário do erário – coisa que nós avarentos abominamos de paixão - certamente nos acostumaremos com leis individuais. No entanto, faço uma ressalva à sua sugestão: se nós nos reuníssemos para avaliar cada sugestão de código individual, acabaríamos por ter um único código geral, e isso inviabiliza a idéia. Além disso, teríamos despesas imensas com cafezinho, pãozinho e bolachas a cada reunião. Melhor descartarmos a idéia.

Do leitor Paudernei Nacosta Lheia: Essa não é uma sugestão mas uma pergunta. O sr. não acha que o consumismo exagerado de hoje é resultado da repressão da ditadura passada?
DR. ASPLÊNIO: Caro Paudernei, em primeiro lugar eu não acho nada porque não perdi nada. Em seguida, sua idéia é anacrônica. Quantas pessoas, hoje, viveram no tempo da ditadura militar? Nossa população com menos de 30 anos não tem a menor idéia do que tenha sido aquele período, portanto, a influência é nula. O que vemos hoje é uma corrida aos bens que foram deixados de lado durante anos devido a crises sem conta, tanto externas quanto, principalmente, internas. E veremos novas crises chegando assim que o mundo sentir o problema do dinheiro que não existe. Aliás, é importante notar que no tempo dos militares tivemos um período de enorme crescimento da economia, com índices batendo na casa dos 15% ao ano! Curiosamente, naquele período os socialistas que hoje estão no poder não falavam da melhoria de vida da população por conta disso. Assim que entramos na chamada democracia, que de democracia não tem nada senão apenas uma ideologia vigente sendo nós os únicos contrários, vivenciamos as piores crises econômicas possíveis, com inflação altíssima e nível de renda decadente. Somos contra o consumismo desenfreado uma vez que gera despesas inerentes ao processo, inclusive na geração de lixo. Lembro que tudo o que gera despesas desnecessárias é, para nós, imediatamente descartável.

Incluímos aqui uma pergunta que nos parece importante em face do comentário do Dr. Asplênio: O que o senhor quer dizer com ‘dinheiro que não existe’? 
DR. ASPLÊNIO: Perfeitamente! Boa pergunta! Você já parou para pensar onde foi parar todo aquele dinheiro empregado na compensação das dívidas da crise de 2008? Poucas pessoas param para pensar nisso. Aquele dinheiro todo não existe senão só no papel. Se todos fossem buscar o dinheiro que têm guardado no banco, não haveria moeda suficiente para devolver. Isso é um problema que nós evitamos guardando dinheiro fora dos bancos. Sem dúvida que nos preocupa a possibilidade de furto ou roubo, mas tomamos nossas providências para que ninguém saiba onde guardamos nossas economias. Tudo o que mudou de contas no fim daquela crise não foi nada mais do que papel sem lastro, riqueza criada por assinatura. Algumas pessoas têm riquezas reais, mas a maioria não tem.

Do leitor Barata Coelho: Minha sugestão é que lutemos para tirar as aulas de religião das escolas.
DR. ASPLÊNIO: Caro Coelho, o problema não são as aulas de religião nas escolas, mas as escolas, com ou sem aulas de religião. Somos favoráveis à educação em casa, homeschooling, como chamam nos Estados Unidos. Além de ser muito mais barato, podemos educar nossos filhos segundo nossos costumes. Vou mais longe: se alguns pais quiserem o mesmo tipo de educação, poderão contratar um professor particular que ensine várias crianças ao mesmo tempo por um custo irrisório, uma vez dividido entre os pais. Isso desonera o estado, as famílias e ainda melhora a qualidade da educação.  Sem contar que a existência de um Ministério de Educação, algo custoso demais como já sabemos, torna-se desnecessária. Alguns psicólogos entendem que a ausência da escola é prejudicial às crianças, mas nunca se ouviu falar que ocorresse isso nas áreas longínquas do país desde os tempos do descobrimento. Quantas pessoas foram educadas em casa – e ainda são! – nos países desenvolvidos e que hoje ocupam postos de grande respeitabilidade? Observe que as famílias nobres ainda educam seus filhos em casa e não se ouve falar de nenhum desajustado social entre eles. Encontramos muito mais desajustados sociais entre os que freqüentam escolas do que entre os que praticam o homeschooling. Se deixarmos a ideologia de lado, veremos que crianças crescem melhor no convívio familiar. As brincadeiras podem ser deixadas para os momentos adequados. A convivência na escola tem provado que as crianças sofrem mais traumas fora de casa do que quando estudam em casa. Como costumo dizer: A ideologia é o penico das idéias.


Do leitor Mario Jabor Duna: Precisamos de uma lei que obrigue as escolas a fornecer alimentação Vegan para as crianças.
DR. ASPLÊNIO: Caro Mario, já temos mais de cem mil leis vigorando no país e nem os juizes sabem quais são. É oportuno lembrar que quanto mais leis existem menos liberdade há. Além disso, quanto mais leis mais custos. O arcabouço jurídico brasileiro, que costumo chamar de calabouço jurídico nos tem colocado numa verdadeira prisão. Qualquer coisa que o cidadão faça estará infringindo uma lei qualquer que ninguém conhece, mas que pode ser lembrada por algum fiscal ideológico mais afoito. Isso faz do brasileiro o povo que só se sente cidadão quando transgride alguma coisa. Há outro detalhe importante: crianças, geralmente, detestam legumes e hortaliças, principalmente cruas. Forçá-las a comer esses alimentos é uma brutal violência contra elas. Já expliquei anteriormente que não somos anarquistas, pois toleramos alguma espécie de governo, mas este tem que nos respeitar como indivíduos e não forçar nada a ninguém, principalmente nas questões pessoais. A interferência do estado na vida particular deve ser banida completamente. A única lei maior que defendemos no momento é que o estado esteja impedido de legislar sobre religião e liberdade de expressão, bem como obrigações ditas sociais à propriedade privada. Isso não passa de ideologia barata que só causa despesas e nos torna mais e mais escravos de governantes inescrupulosos. Em suma, totalitarismo disfarçado de democracia.

O leitor Anônimo sugere: Queremos a lei contra a homofobia!
DR. ASPLÊNIO: Caro Anônimo, já escrevi o que penso sobre as leis e sua quantidade. Além disso, penso que as leis de um país devem servir a todos os cidadãos. Se servem apenas a um grupo e não a todos, não servem a nenhum. Como dizia Sto. Agostinho: “Lei injusta é lei nenhuma”. O verbo servir aqui tem duplo significado: tanto atua no sentido de serviçal subalterno como no sentido de balisamento em casos reais de conflito. Além disso a lei passa a ter objetivos ideológicos, como ajuste de conduta, por exemplo. O que é a lei contra a homofobia? Essa lei, que ainda é projeto de lei, trata de aumentar a pena para aqueles que incidirem na prática de ofensas a indivíduos praticantes de pederastia. O termo é antigo mas é o que melhor se ajusta à conduta. Então, digamos que uma pessoa ofenda outra e essa outra seja pederasta. Por que essa outra pratica sexo com pessoas do mesmo sexo, a pena do ofensor é aumentada. Onde já se viu tamanha aberração jurídica? A prática sexual é geradora de direitos? E se por qualquer motivo alguém resolve praticar sexo com cabras, terá direitos diferenciados também? Já imaginou uma pessoa processando outra por ter sido criticada ao relatar que está apaixonada por uma lesma? Por isso defendemos os códigos individuais que, embora pareçam uma aberração maior, é o que mais se parece com as diretrizes ideológicas do partido que hoje governa o país. Em seu código particular você poderá estabelecer que a sua paixão sexual por um jacaré de papo amarelo jamais deve ser criticada dentro de sua propriedade. Ah, aquele papo amarelo me deixa em êxtase! – jamais essa frase sofrerá críticas de quem quer que seja dentro de sua propriedade.

Invervimos para uma pergunta: Dr. Asplênio, o projeto de lei também protege as religiões. O senhor não vê nisso um avanço?
DR. ASPLÊNIO: Se você estiver à beira de um precipício, um passo adiante pode ser um avanço também. O que muda são os efeitos. Imagine que um pederasta está discutindo com um religioso. Ambos se ofendem. A lei pune os dois. Como fica uma situação assim? Vamos punir quem ofendeu primeiro? E a ofensa do outro, não será punida pela mesma lei? A pergunta que faço é: por que precisamos complicar se podemos facilitar a vida das pessoas? Ofensa é ofensa, pouco importa se o indivíduo é pederasta, aviador ou criador de crocodilos. A lei deve atender a todos os cidadãos de um país, independentemente de cor, raça, credo e preferências pessoais.

E como fica o caso de pensões em aposentadorias? O senhor não concorda que os parceiros sexuais têm direitos como os casais normais?
DR. ASPLÊNIO: Em primeiro lugar defendemos a extinção do sistema de pensões como é hoje. Entendemos que cada indivíduo deve receber dignamente por seu trabalho para que possa poupar para tempos difíceis ou para a velhice. Também, deve fazer um seguro tal que, em caso de invalidez permanente ou incapacitante para o trabalho que desenvolve, seja capaz de suprir-lhe as necessidades básicas com alguma folga. No nosso entender, tal poupança deve ser feita com lastro em ouro, metal que tem sempre pouca variação de valor. O indivíduo pode poupar mensal ou anualmente, a seu critério. O que importa é que faça conforme suas possibilidades e saiba que terá a devolução do que poupou. Para isso é necessária uma justiça ágil e eficaz, a fim de punir fraudadores exemplarmente. Porém, nem a poupança nem o seguro devem ser obrigatórios. A liberdade é o nosso maior tesouro.

Mas, e se o indivíduo não conseguiu poupar o suficiente ou não teve como armazenar para o futuro?
DR. ASPLÊNIO: Sempre fomos incentivadores da benemerência. Se o estado não nos tomasse tanto, teríamos como fazer isso muito melhor. É justo que auxiliemos os necessitados, mas não da forma como é feito hoje, através do estado. O custo da máquina estatal consome muito, e pouco sobra para a caridade. No sistema privado os custos são enxutos e sempre é possível fazer mais pelos necessitados. Vontade não nos falta. Somos um povo que, por natureza, tem em si a bondade para ajudar quem precisa, mas não temos mais condições de fazer conforme queremos porque o estado nos toma tempo com burocracia e toma dinheiro para suas próprias despesas inúteis. Com isso, diminuímos as riquezas de quem tem e não aumentamos as de quem não tem, pois fica tudo na mão do estado perdulário. Observe que nos países livres as casas de caridade existem em grande número, pois os cidadãos podem até abater dos seus impostos as doações que fazem. Aqui isso não é possível, portanto, o número de necessitados se mantém, e pior, aumentará na medida em que as crises financeiras internacionais baterem à nossa porta. Estou seguro de que entidades privadas bem administradas poderão satisfazer as necessidades dos que por qualquer motivo justo não puderam armazenar o suficiente para si. E vou mais longe: asseguro que poderão dar-lhes uma vida muito mais digna do que o estado dá hoje. Lembre-se de que quando fazemos um bem que provém do nosso coração é como se o lançássemos ao vento contrário: ele volta a nós com mais força. Da mesma forma, o dinheiro que entregamos contrariados ao estado retorna a nós sob a forma de mais problemas insolúveis. Tudo isso é despesa inútil que poderia ser evitada. O estado brasileiro sempre parece estar fazendo um favor ao cidadão que o sustenta. Esse é um país verdadeiramente livre?

Mas isso não é um modelo de sociedade, que o senhor disse ser ideologia?
DR. ASPLÊNIO: Muito ao contrário, meu jovem. Não há modelo algum de sociedade na liberdade individual. Cada um poupa se quiser e como puder. Caso não consiga, poderá contar com o auxílio dos que fazem caridade. Não é vergonha alguma estar incapacitado por algum motivo justo. Vergonhoso é darmos nosso dinheiro para um estado que desperdiça em falcatruas e maracutaias sem fim impedindo que os realmente necessitados sejam atendidos em suas necessidades. Modelo de sociedade é exigir obrigação de pagar por algo que sabe-se de antemão não será feito. Modelo social é algo que exige engenharia social, coisa que abominamos.

Os estados europeus socialistas dão assistência digna aos cidadãos. Como o senhor explica isso?
DR. ASPLÊNIO: Da maneira mais simples possível: estão falidos hoje. Não há quem gere riquezas. A população envelheceu porque não há reposição de jovens. As famílias diminuíram de tamanho porque as mulheres precisaram trabalhar fora de casa. Com isso, o estado-deus supre as necessidades mediante o pagamento de impostos. Sim, têm muito menos corrupção do que temos aqui, por isso conseguem algum resultado. Contudo, acabando a geração de riquezas, como poderão manter as finanças em dia?

O senhor parece não aceitar a liberação feminina.
DR. ASPLÊNIO: É preciso definir o que se entende por liberação feminina. Se você quer dizer mulheres que trabalham fora de casa, não vejo problema algum. No entanto, se significa dissolução dos vínculos familiares, isso não é liberação feminina, é suicídio coletivo. As mulheres são importantíssimas, pois são elas que promovem a agregação familiar. Os homens são menos flexíveis. Ajunte doze homens numa sala e você terá doze postes. Coloque uma mulher e você terá treze pessoas interagindo. Os homens constroem pontes porque enxergam a possibilidade de novos negócios. As mulheres enxergam a ponte como uma possibilidade de interação, conhecer outras pessoas e até mesmo auxiliá-las. Um lar sem elas é apenas uma casa. O feminismo veio para destruir as mulheres, não para elevá-las. Elas não são subalternas mas têm uma missão de base, a qual não pode ser feita a contento sem elas. Somos diferentes com funções diferentes neste mundo. Se entendermos quem somos, entenderemos com muito mais facilidade como resolver os problemas da existência. Precisamos aprender o que dizia Don Quixote de La Mancha: Yo sé quién soy! (Eu sei quem sou!).Você já se fez essa pergunta, meu jovem?

Bem, terminamos por hoje a nossa seção. Agradecemos, como sempre, a disposição do Dr. Asplênio Ávaro pelos comentários aos nossos leitores.
DR. ASPLÊNIO: Eu é que agradeço a possibilidade de explicar nossos pensamentos para que as pessoas possam apreciar o nosso entendimento da realidade. Esperamos profundamente que isso possa ajudar nosso povo a retomar sua capacidade de agir e pensar por conta própria, sem estar atrelado a ideologias e filosofias inúteis. Acrescento meus agradecimentos pela oportunidade que ocorreu sem despesas desnecessárias.

Antes de fechar a seção, porém, preciso deixar a pergunta de um leitor anônimo: O senhor escreve Ávaro com acento, mas o correto é Avaro, sem acento.
DR. ASPLÊNIO: Perfeitamente! O vocábulo avaro é paroxítono, ou seja, tem acento na penúltima sílaba mas, pelas regras gramaticais, não recebe sinal agudo de acentuação. No entanto, quero lembrar que nomes próprios não seguem norma e podem receber acentuação onde as regras gramaticais não recomendam e vice-versa. Assim, até nosso nome explica o tipo de liberdade que entendemos. Obrigado pela oportunidade.

Agradecimentos

Retornamos após um breve período de dificuldades conectivas para expressar nossos agradecimentos ao MSO – Movimento dos Sem ONG, os quais expressaram formalmente seu apoio à nossa causa. Agradecemos também ao MSE – Movimento dos Sem Educação que, ao contrário do que sugere o nome, são muito bem educados, porém, em casa. Finalmente, queremos agradecer publicamente ao MSM – Movimento dos Sem Movimento, os quais movimentaram-se para nos trazer seu apoio formal. Continuamos na constante luta pelos nossos inalienáveis direitos à avareza impostora, ou seja, contra o excessivo número de impostos que pagamos para nada, senão para nos tornar mais e mais dependentes de um estado falido tanto moral quanto financeiramente, uma vez que dinheiro jogado fora serve para nada. Em breve reproduziremos trechos de algumas cartas e emails que temos recebido ao longo destes nossos poucos longos meses de existência relatando as idéias dos nossos leitores.