quinta-feira, 14 de abril de 2011

Insegurança

A insegurança está indo tão bem que os bandidos, depois de assaltarem um banco, voltam e depositam tudo na conta que têm no mesmo banco para não serem assaltados depois.

sábado, 9 de abril de 2011

Comentários do Dr. Asplênio Ávaro ao MTP

Tivemos a feliz sorte de encontrar o Dr. Asplênio Ávaro em seu escritório, ao qual dirigimos toda a documentação do MTP, bem como tudo o mais que nos foi fornecido para que ele tecesse comentários a respeito do convite que recebemos. Passo, então, a palavra ao Ilmo. Sr. Dr. Asplênio Ávaro.

Caros leitores,  hoje recebi documentação extensa sobre mais um novo movimento de cidadania, o MTP, Movimento Tomates nos Políticos. Sinto-me honrado diante de tamanha consideração, haja vista o pouco ou quase nada que investimos na promoção do MAVOPS®©. Assim, ainda comovido, quero dizer primeiramente que estamos à inteira disposição do MTP para participarmos juntos da reconstrução do nosso país, lembrando que sempre nos objetamos a quaisquer despesas desnecessárias que nos causam transtornos que, por sua vez, nos dão despesas também desnecessárias e evitáveis. 

Caríssimos leitores, conforme pude observar pelo relato enviado, o gesto do MTP é nobilíssimo! Qual país não se sentiria honrado diante de tamanho patriotismo de seu povo? E qual cidadão não sentir-se-ia ainda mais enobrecido diante de tal convite?

Vivemos tempos bicudos. Diante de nós está a tarefa de reconstruir o país nas bases morais dos nossos ancestrais, os quais economizavam fósforos acendendo fogueiras com pedrinhas. Somos partidários da economia a qualquer custo, o que implica zerar o custo da economia. Os bravos cidadãos do MTP chegam em hora adequada, haja vista a necessidade de lembrar aos políticos brasileiros o lugar que ocupam no cenário nacional. Como subalternos, servem à população incansavelmente, lembrando que não se trata da nossa população a quem servem. Como serviçais bem pagos, mantém-nos em tamanha desordem que, nós do MAVOPS®©, sentimos na pele e no estômago a ansiedade que tanto nos tem causado despesas desnecessárias e evitáveis. 

Somos pedras roladas de rios. Arredondamo-nos diante de tantas mazelas, por isso vivermos tempos bicudos. Somos pisoteados pelos sapatos fétidos dos que achulezeiam nossos narizes com altos impostos, os quais nos fazem espirrar sem o devido responsório de Saúde!, que tanta falta nos faz sob a opressão em que vivemos.

Sim, avermelhamo-nos de vergonha, a qual não custa nada a quem a tem desde o berço. Dia a dia encontramos situações vexatórias que nos apequenam, tanto na alma quanto no bolso. Ficamos mais pobres de caráter, o qual custará muito para ser recuperado em toda a nação. E, em se tratando de despesas, estamos fora.

Acusam-nos de sociedade capitalista, a culpada pelas mazelas dos necessitados como se o dinheiro fosse a causa da pobreza. Sim, é a causa da pobreza de alma naqueles que vivem apenas para ele. Não a nós, avarentos e egoístas, conforme a opinião dos nossos opositores. Sem dúvida, é mera opinião infundada. Atiram em nós as pedras que lhes cabem, o que nos move na direção do MTP para que, gratuitamente, devolvamos a cor da moralidade aos rostos lívidos pela cara de pau dos que nos governam. A moralidade tem a cor dos tomates!

Este honroso movimento nos levará de volta aos bons tempos, nos quais qualquer cidadão podia andar pelas ruas sem medo de ser assaltado e ter que entregar seus bens aos bandidos, dentro e fora do ambiente político, dos prédios públicos, do Congresso Nacional, diante do Leão fazendário. 

As palavras finais do juramento emetepista são da mais alta moralidade e honra, as quais faço questão de repetir enfaticamente: 
Prometo, também, lutar com todos os tomates de que dispuser para que os impostos sejam tão baixos quanto a moral dos que os aumentam.
Vejam, leitores, quão nobre tarefa nos aguarda!  Da feira ao Palácio! Do campo à testa! Da terra à nobreza! Nossos filhos nos honrarão, nossos netos serão livres e poderão viver em paz nesta terra maravilhosa. Mas sem nosso esforço conjunto, nada conseguiremos senão mais despesas em impostos desnecessários que nos causam ainda mais despesas evitáveis.

A nobre arte de educar nossos políticos está em nossas mãos! Antes molhadas pelas lágrimas da aflição, agora avermelhadas pela massa de tomate. Querem dignidade maior? Pois eu lhes digo que só há uma maior que esta: a retomada de nosso país para os destinos que nós, indivíduos e cidadãos, traçamos para ele. Não mais nas mãos de corruptos gastadores do dinheiro alheio.

Senhor Presidente do MTP, senhores afiliados, muito me honra o convite que nada me custou senão esta resposta. Embora tenha custado dois copos d'água que tomei enquanto redigia este documento, é nada diante da elevada tarefa a que nos submetemos com alegria. Saiba V.Sa. que o MAVOPS®© estará ao lado dos dignos combatentes pela liberdade e moralidade nacionais, os quais custearão todos os tomates adquiridos com a restituição do Imposto de Renda neste corrente ano. Sendo assim, contem conosco! Mais uma vez, meu muito obrigado!

PS: Quando houver alguma reunião, peço o obséquio de ser avisado para que possa providenciar carona até o local. Algum filiado que tenha carro mora perto de nossa casa? Agradeço a gentileza antecipadamente.

Convite

Temos a grata satisfação em comunicar nossos leitores que fomos agraciados com um convite para associamo-nos ao MTP, Movimento Tomates nos Políticos. O objetivo que nos foi passado é simples e, até onde pudemos pesquisar, é muito bem aceito pela população. Uma vez que os políticos atuais são inteiramente comunistas e adotam como cor preferencial o vermelho sangue, nada mais lógico pensar que são vermelhos por dentro. O MTP tem o objetivo de torná-los igualmente vermelhos por fora. 

Segundo pudemos constatar em conversas com os já filiados, os políticos brasileiros não têm vergonha na cara, o que indica que estão lívidos, porém, vermelhos internamente. Assim, na melhor das intenções, o MTP pretende restaurar-lhes a verdadeira cor da moralidade: o vermelho tomate. Contudo, como não é aceitável que se inflem os ânimos ao ponto de fazer-lhes o sangue subir à cabeça, os cidadãos de bem deste país optaram por usar elementos totalmente ecológicos. Da mesma forma, para não contrariar os ideais vegetarianos nem os esquerdistas verdes, optou-se por um fruto vegetal: o tomate. Não há carne envolvida, nem sangue, o que já afasta qualquer acusação de movimento direitista carnívoro. 

As regras para a filiação são bem simples. O candidato terá que entregar uma ficha limpa, completamente em branco, no momento da filiação. Em seguida, juntará um atestado de antecedentes criminais sem antecedentes criminais. Antes da assinatura, o pretendente deve ler o juramento contido no estatuto de fundação diante da mesa diretora e dos convidados, o qual diz:

EU, (seu nome aqui), prometo agir em estrita observância às regras internas deste Movimento para defender minha família, meu país e meus correligionários. SE as leis feitas pelos políticos não estiverem de acordo com as melhores regras de boa conduta que existem há milênios e com a minha vontade, prometo que os farei lembrar, tornando-os corados através dos métodos aqui ensinados para que, ao longo do tempo, tais leis jamais sejam feitas novamente depois de anuladas, e, como ato de caridade, evitando que o eleito adoeça pela lividez arbórea expressa em sua face. ENtendo que o objetivo do MTP é tornar perene a pessoa do eleitor na memória dos que foram eleitos, lembrando-os de que é o povo que detém o poder político da nação. PRometo, também, lutar com todos os tomates de que dispuser para que os impostos sejam tão baixos quanto a moral dos que os aumentam.

Lido o texto, o pretendente apanha dois tomates na cesta logo adiante e dirige-se para o ponto de tiro, como é chamado o local. Daí, faz mira ao alvo, que é o boneco de um político qualquer. O pretendente deve acertar  o nariz do político, indicando que ele deve respirar apenas o ar dos que o elegeram. Assim que ouve o sinal, o pretendente atira um tomate. Se acertar, o dispositivo eletrônico do boneco mudará a expressão facial de sorriso vermelho malicioso para face semi-corada enraivecida. Então, o pretendente deverá dirigir-se ao ponto mais distante, assinalado no chão, como que indignado pela reação do político, que avermelhou-se de raiva e não de vergonha. O pretendente deverá mudar sua expressão facial de estupefato para enfurecido, olhar nos olhos do alvo e lançar outro tomate, desta vez, em direção à testa do boneco, o quê signfica a ativação da memória do político eleito em relação aos que o elegeram e lhe pagam para representá-los, e não a si mesmo. Este é um momento solene e exige total silêncio dos presentes. Como a distância é maior, há uma tolerância em relação ao alvo, que classifica o pretendente mesmo este acertando os órgãos genitais do boneco. Tal permissão significa que o elemento político eleito deverá ser lembrado de que tem algo a perder caso não obedeça seus eleitores, além de tornar clara a obrigatória liberdade de expressão. Obviamente, acertada a região pélvica, o dispositivo eletrônico atua: avermelham-se com a cor vermelho tomate os bolsos da calça do político, os quais servem para guardar o dinheiro que recebe do eleitor a fim de que trabalhe em favor deste, e não de outros nem de si mesmo. Acertados os alvos, o dispositivo eletrônico soa uma sirene e modifica a expressão do boneco para que se pareça com um servo amedrontado, porém feliz por ter sido lembrado pelo eleitor. É um momento de alegria contagiante: todos ficam em pé com a mão direita no coração. Ouve-se ao fundo o Hino Nacional. O pretendente, então, segue para a mesa diretora e assina sua filiação sob aplausos efusivos do Presidente e dos presentes.

Há um simbolismo quase maçônico na filiação de qualquer pessoa interessada. Cada gesto simboliza um ato enobrecedor, que eleva a alma do pretendente ao nível de cidadão genuíno e situa o político em seu devido lugar diante de todos. O objetivo não é ofender os políticos, mas torná-los cada vez mais aptos a exercer os cargos para os quais foram eleitos através deste exercício de cidadania. Realmente, um ato de nobreza da parte dos eleitores.

Conforme a postura do Presidente do MTP durante o ato de filiação, observamos que o simbolismo enobrece o caráter da classe política nacional, tornando-a apta a governar o país de forma cada vez mais justa. O lema embutido na totalidade dos símbolos significa: Políticos felizes em servir até sem nada receber. A postura que adotarão a partir da efetiva militância do MTP já foi observada pelos filiados: demonstrou-se elevada pois, ao encontrarem um eleitor, abaixaram suas cabeças e sentiram-se compelidos a respeitá-lo como o senhor deles, ao qual devem total obediência e gratidão. O eleitor é visto quase como um Suserano a dominar sobre o senhor do feudo, o qual lhe deve obrigações ad eternum. O termo é forte, mas, como pudemos observar nos testes práticos, o respeito do político pelo eleitor aumenta consideravelmente antes e muito mais depois de eleito. Conforme os documentos que pudemos verificar, raríssimos foram os casos nos quais o pretendente teve que treinar em casa até que acertasse o primeiro alvo.Praticamente todos acertaram os alvos com precisão logo na primeira vez, tamanho o ânimo de cidadania. Alguns houve que, por motivos de foro íntimo, solicitaram atirar três tomates em vez de dois, em alvos distintos do mesmo boneco, e foram prontamente atendidos pela mesa diretora devido ao profundo simbolismo dos gestos sobre os alvos. Tais elementos, hoje, constituem a Comissão de Frente Não Parlamentar nos atos públicos do MTP, devido à pontaria que demonstraram durante a cerimônia de filiação. Foram condecorados com a medalha: Tomate Neles!

Sentimo-nos honrados diante de tamanho gesto oriundo da Diretoria do MTP. Afinal, não é todo dia que eleitores como nós são convidados a participar de um movimento tão civilizado e moralizante como o que relatamos sucintamente aqui. Convocamos nossos leitores para que continuem nos prestigiando, pois brevemente publicaremos o estatuto do MTP bem como as regras completas para a filiação de qualquer cidadão de bem que preza pela moral de seu país. Observamos que vários paises já iniciaram movimentos semelhantes. Alguns, porém, em vez de tomates usam sapatos, porretes, panelas e até melancias, além de outros objetos tão adequados quanto os vegetais abundantemente encontrados por aqui. A diferença é apenas cultural.

Caros leitores, resolvemos publicar o evento pois, até onde pudemos observar, o movimento parece estar em consonância aos pensamentos do MAVOPS - Movimento dos Avarentos Oprimidos Pelo Sistema®©. Assim, na medida da disponibilidade do fundador, Dr. Asplênio Ávaro, publicaremos as opiniões dele a respeito de tão honroso convite. Aguardem.

Pensamento do ano

O governo só entende duas linguagens: a dos tomates e a dos impostos. Quando a primeira não está sendo bem compreendida, deixe de falar a segunda que ele entende imediatamente.