quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Recomeçamos nossas postagens trazendo aos leitores sugestões de outros leitores interessados em nossas propostas. Alguns nomes não serão postados a pedidos. Em seguida às sugestões, o Dr. Asplênio Ávaro comenta sobre a idéia apresentada.

Do leitor Redundâncio Círculo Virtuoso: O MAVOPS®© precisa participar de outros movimentos tão edificantes quanto. Sugiro uma abertura maior para isso. 
DR. ASPLÊNIO: Caro Redundâncio, o MAVOPS®© não faz parte dos nossos quadros por ser um movimento independente. Haja vista que participaram ativamente do MCC – Movimento Contra a Corrupção, o qual apoiamos integralmente, uma vez que corrupção gera despesas que geram depressão que geram mais despesas inúteis.

Da leitora Maria das Dores Passageiras: Minha sugestão é que cada leitor interessado possa apresentar um modelo de código pessoal para ser apreciado nas reuniões dos avarentos e egoístas.
DR. ASPLÊNIO: Cara das Dores, aceitamos sua sugestão com os braços abertos e as mãos fechadas, evidentemente. Uma vez que caminhamos para um sistema jurídico absurdo, incapaz de atender a todos os brasileiros como uma nação só, vemos a intrínseca necessidade de termos um código pessoal, individual, que trate de todos os assuntos. Nossos governos socialistas defendem as minorias, então pergunto: Há minoria mais expressiva do que um único cidadão? Como não há, só há uma forma de atendermos às demandas dessa minoria, qual seja, a de um código individual. Sem dúvida que isso geraria uma enorme confusão no início mas, com o tempo, passa. Assim como nós já estamos acostumados ao roubo diário do erário – coisa que nós avarentos abominamos de paixão - certamente nos acostumaremos com leis individuais. No entanto, faço uma ressalva à sua sugestão: se nós nos reuníssemos para avaliar cada sugestão de código individual, acabaríamos por ter um único código geral, e isso inviabiliza a idéia. Além disso, teríamos despesas imensas com cafezinho, pãozinho e bolachas a cada reunião. Melhor descartarmos a idéia.

Do leitor Paudernei Nacosta Lheia: Essa não é uma sugestão mas uma pergunta. O sr. não acha que o consumismo exagerado de hoje é resultado da repressão da ditadura passada?
DR. ASPLÊNIO: Caro Paudernei, em primeiro lugar eu não acho nada porque não perdi nada. Em seguida, sua idéia é anacrônica. Quantas pessoas, hoje, viveram no tempo da ditadura militar? Nossa população com menos de 30 anos não tem a menor idéia do que tenha sido aquele período, portanto, a influência é nula. O que vemos hoje é uma corrida aos bens que foram deixados de lado durante anos devido a crises sem conta, tanto externas quanto, principalmente, internas. E veremos novas crises chegando assim que o mundo sentir o problema do dinheiro que não existe. Aliás, é importante notar que no tempo dos militares tivemos um período de enorme crescimento da economia, com índices batendo na casa dos 15% ao ano! Curiosamente, naquele período os socialistas que hoje estão no poder não falavam da melhoria de vida da população por conta disso. Assim que entramos na chamada democracia, que de democracia não tem nada senão apenas uma ideologia vigente sendo nós os únicos contrários, vivenciamos as piores crises econômicas possíveis, com inflação altíssima e nível de renda decadente. Somos contra o consumismo desenfreado uma vez que gera despesas inerentes ao processo, inclusive na geração de lixo. Lembro que tudo o que gera despesas desnecessárias é, para nós, imediatamente descartável.

Incluímos aqui uma pergunta que nos parece importante em face do comentário do Dr. Asplênio: O que o senhor quer dizer com ‘dinheiro que não existe’? 
DR. ASPLÊNIO: Perfeitamente! Boa pergunta! Você já parou para pensar onde foi parar todo aquele dinheiro empregado na compensação das dívidas da crise de 2008? Poucas pessoas param para pensar nisso. Aquele dinheiro todo não existe senão só no papel. Se todos fossem buscar o dinheiro que têm guardado no banco, não haveria moeda suficiente para devolver. Isso é um problema que nós evitamos guardando dinheiro fora dos bancos. Sem dúvida que nos preocupa a possibilidade de furto ou roubo, mas tomamos nossas providências para que ninguém saiba onde guardamos nossas economias. Tudo o que mudou de contas no fim daquela crise não foi nada mais do que papel sem lastro, riqueza criada por assinatura. Algumas pessoas têm riquezas reais, mas a maioria não tem.

Do leitor Barata Coelho: Minha sugestão é que lutemos para tirar as aulas de religião das escolas.
DR. ASPLÊNIO: Caro Coelho, o problema não são as aulas de religião nas escolas, mas as escolas, com ou sem aulas de religião. Somos favoráveis à educação em casa, homeschooling, como chamam nos Estados Unidos. Além de ser muito mais barato, podemos educar nossos filhos segundo nossos costumes. Vou mais longe: se alguns pais quiserem o mesmo tipo de educação, poderão contratar um professor particular que ensine várias crianças ao mesmo tempo por um custo irrisório, uma vez dividido entre os pais. Isso desonera o estado, as famílias e ainda melhora a qualidade da educação.  Sem contar que a existência de um Ministério de Educação, algo custoso demais como já sabemos, torna-se desnecessária. Alguns psicólogos entendem que a ausência da escola é prejudicial às crianças, mas nunca se ouviu falar que ocorresse isso nas áreas longínquas do país desde os tempos do descobrimento. Quantas pessoas foram educadas em casa – e ainda são! – nos países desenvolvidos e que hoje ocupam postos de grande respeitabilidade? Observe que as famílias nobres ainda educam seus filhos em casa e não se ouve falar de nenhum desajustado social entre eles. Encontramos muito mais desajustados sociais entre os que freqüentam escolas do que entre os que praticam o homeschooling. Se deixarmos a ideologia de lado, veremos que crianças crescem melhor no convívio familiar. As brincadeiras podem ser deixadas para os momentos adequados. A convivência na escola tem provado que as crianças sofrem mais traumas fora de casa do que quando estudam em casa. Como costumo dizer: A ideologia é o penico das idéias.


Do leitor Mario Jabor Duna: Precisamos de uma lei que obrigue as escolas a fornecer alimentação Vegan para as crianças.
DR. ASPLÊNIO: Caro Mario, já temos mais de cem mil leis vigorando no país e nem os juizes sabem quais são. É oportuno lembrar que quanto mais leis existem menos liberdade há. Além disso, quanto mais leis mais custos. O arcabouço jurídico brasileiro, que costumo chamar de calabouço jurídico nos tem colocado numa verdadeira prisão. Qualquer coisa que o cidadão faça estará infringindo uma lei qualquer que ninguém conhece, mas que pode ser lembrada por algum fiscal ideológico mais afoito. Isso faz do brasileiro o povo que só se sente cidadão quando transgride alguma coisa. Há outro detalhe importante: crianças, geralmente, detestam legumes e hortaliças, principalmente cruas. Forçá-las a comer esses alimentos é uma brutal violência contra elas. Já expliquei anteriormente que não somos anarquistas, pois toleramos alguma espécie de governo, mas este tem que nos respeitar como indivíduos e não forçar nada a ninguém, principalmente nas questões pessoais. A interferência do estado na vida particular deve ser banida completamente. A única lei maior que defendemos no momento é que o estado esteja impedido de legislar sobre religião e liberdade de expressão, bem como obrigações ditas sociais à propriedade privada. Isso não passa de ideologia barata que só causa despesas e nos torna mais e mais escravos de governantes inescrupulosos. Em suma, totalitarismo disfarçado de democracia.

O leitor Anônimo sugere: Queremos a lei contra a homofobia!
DR. ASPLÊNIO: Caro Anônimo, já escrevi o que penso sobre as leis e sua quantidade. Além disso, penso que as leis de um país devem servir a todos os cidadãos. Se servem apenas a um grupo e não a todos, não servem a nenhum. Como dizia Sto. Agostinho: “Lei injusta é lei nenhuma”. O verbo servir aqui tem duplo significado: tanto atua no sentido de serviçal subalterno como no sentido de balisamento em casos reais de conflito. Além disso a lei passa a ter objetivos ideológicos, como ajuste de conduta, por exemplo. O que é a lei contra a homofobia? Essa lei, que ainda é projeto de lei, trata de aumentar a pena para aqueles que incidirem na prática de ofensas a indivíduos praticantes de pederastia. O termo é antigo mas é o que melhor se ajusta à conduta. Então, digamos que uma pessoa ofenda outra e essa outra seja pederasta. Por que essa outra pratica sexo com pessoas do mesmo sexo, a pena do ofensor é aumentada. Onde já se viu tamanha aberração jurídica? A prática sexual é geradora de direitos? E se por qualquer motivo alguém resolve praticar sexo com cabras, terá direitos diferenciados também? Já imaginou uma pessoa processando outra por ter sido criticada ao relatar que está apaixonada por uma lesma? Por isso defendemos os códigos individuais que, embora pareçam uma aberração maior, é o que mais se parece com as diretrizes ideológicas do partido que hoje governa o país. Em seu código particular você poderá estabelecer que a sua paixão sexual por um jacaré de papo amarelo jamais deve ser criticada dentro de sua propriedade. Ah, aquele papo amarelo me deixa em êxtase! – jamais essa frase sofrerá críticas de quem quer que seja dentro de sua propriedade.

Invervimos para uma pergunta: Dr. Asplênio, o projeto de lei também protege as religiões. O senhor não vê nisso um avanço?
DR. ASPLÊNIO: Se você estiver à beira de um precipício, um passo adiante pode ser um avanço também. O que muda são os efeitos. Imagine que um pederasta está discutindo com um religioso. Ambos se ofendem. A lei pune os dois. Como fica uma situação assim? Vamos punir quem ofendeu primeiro? E a ofensa do outro, não será punida pela mesma lei? A pergunta que faço é: por que precisamos complicar se podemos facilitar a vida das pessoas? Ofensa é ofensa, pouco importa se o indivíduo é pederasta, aviador ou criador de crocodilos. A lei deve atender a todos os cidadãos de um país, independentemente de cor, raça, credo e preferências pessoais.

E como fica o caso de pensões em aposentadorias? O senhor não concorda que os parceiros sexuais têm direitos como os casais normais?
DR. ASPLÊNIO: Em primeiro lugar defendemos a extinção do sistema de pensões como é hoje. Entendemos que cada indivíduo deve receber dignamente por seu trabalho para que possa poupar para tempos difíceis ou para a velhice. Também, deve fazer um seguro tal que, em caso de invalidez permanente ou incapacitante para o trabalho que desenvolve, seja capaz de suprir-lhe as necessidades básicas com alguma folga. No nosso entender, tal poupança deve ser feita com lastro em ouro, metal que tem sempre pouca variação de valor. O indivíduo pode poupar mensal ou anualmente, a seu critério. O que importa é que faça conforme suas possibilidades e saiba que terá a devolução do que poupou. Para isso é necessária uma justiça ágil e eficaz, a fim de punir fraudadores exemplarmente. Porém, nem a poupança nem o seguro devem ser obrigatórios. A liberdade é o nosso maior tesouro.

Mas, e se o indivíduo não conseguiu poupar o suficiente ou não teve como armazenar para o futuro?
DR. ASPLÊNIO: Sempre fomos incentivadores da benemerência. Se o estado não nos tomasse tanto, teríamos como fazer isso muito melhor. É justo que auxiliemos os necessitados, mas não da forma como é feito hoje, através do estado. O custo da máquina estatal consome muito, e pouco sobra para a caridade. No sistema privado os custos são enxutos e sempre é possível fazer mais pelos necessitados. Vontade não nos falta. Somos um povo que, por natureza, tem em si a bondade para ajudar quem precisa, mas não temos mais condições de fazer conforme queremos porque o estado nos toma tempo com burocracia e toma dinheiro para suas próprias despesas inúteis. Com isso, diminuímos as riquezas de quem tem e não aumentamos as de quem não tem, pois fica tudo na mão do estado perdulário. Observe que nos países livres as casas de caridade existem em grande número, pois os cidadãos podem até abater dos seus impostos as doações que fazem. Aqui isso não é possível, portanto, o número de necessitados se mantém, e pior, aumentará na medida em que as crises financeiras internacionais baterem à nossa porta. Estou seguro de que entidades privadas bem administradas poderão satisfazer as necessidades dos que por qualquer motivo justo não puderam armazenar o suficiente para si. E vou mais longe: asseguro que poderão dar-lhes uma vida muito mais digna do que o estado dá hoje. Lembre-se de que quando fazemos um bem que provém do nosso coração é como se o lançássemos ao vento contrário: ele volta a nós com mais força. Da mesma forma, o dinheiro que entregamos contrariados ao estado retorna a nós sob a forma de mais problemas insolúveis. Tudo isso é despesa inútil que poderia ser evitada. O estado brasileiro sempre parece estar fazendo um favor ao cidadão que o sustenta. Esse é um país verdadeiramente livre?

Mas isso não é um modelo de sociedade, que o senhor disse ser ideologia?
DR. ASPLÊNIO: Muito ao contrário, meu jovem. Não há modelo algum de sociedade na liberdade individual. Cada um poupa se quiser e como puder. Caso não consiga, poderá contar com o auxílio dos que fazem caridade. Não é vergonha alguma estar incapacitado por algum motivo justo. Vergonhoso é darmos nosso dinheiro para um estado que desperdiça em falcatruas e maracutaias sem fim impedindo que os realmente necessitados sejam atendidos em suas necessidades. Modelo de sociedade é exigir obrigação de pagar por algo que sabe-se de antemão não será feito. Modelo social é algo que exige engenharia social, coisa que abominamos.

Os estados europeus socialistas dão assistência digna aos cidadãos. Como o senhor explica isso?
DR. ASPLÊNIO: Da maneira mais simples possível: estão falidos hoje. Não há quem gere riquezas. A população envelheceu porque não há reposição de jovens. As famílias diminuíram de tamanho porque as mulheres precisaram trabalhar fora de casa. Com isso, o estado-deus supre as necessidades mediante o pagamento de impostos. Sim, têm muito menos corrupção do que temos aqui, por isso conseguem algum resultado. Contudo, acabando a geração de riquezas, como poderão manter as finanças em dia?

O senhor parece não aceitar a liberação feminina.
DR. ASPLÊNIO: É preciso definir o que se entende por liberação feminina. Se você quer dizer mulheres que trabalham fora de casa, não vejo problema algum. No entanto, se significa dissolução dos vínculos familiares, isso não é liberação feminina, é suicídio coletivo. As mulheres são importantíssimas, pois são elas que promovem a agregação familiar. Os homens são menos flexíveis. Ajunte doze homens numa sala e você terá doze postes. Coloque uma mulher e você terá treze pessoas interagindo. Os homens constroem pontes porque enxergam a possibilidade de novos negócios. As mulheres enxergam a ponte como uma possibilidade de interação, conhecer outras pessoas e até mesmo auxiliá-las. Um lar sem elas é apenas uma casa. O feminismo veio para destruir as mulheres, não para elevá-las. Elas não são subalternas mas têm uma missão de base, a qual não pode ser feita a contento sem elas. Somos diferentes com funções diferentes neste mundo. Se entendermos quem somos, entenderemos com muito mais facilidade como resolver os problemas da existência. Precisamos aprender o que dizia Don Quixote de La Mancha: Yo sé quién soy! (Eu sei quem sou!).Você já se fez essa pergunta, meu jovem?

Bem, terminamos por hoje a nossa seção. Agradecemos, como sempre, a disposição do Dr. Asplênio Ávaro pelos comentários aos nossos leitores.
DR. ASPLÊNIO: Eu é que agradeço a possibilidade de explicar nossos pensamentos para que as pessoas possam apreciar o nosso entendimento da realidade. Esperamos profundamente que isso possa ajudar nosso povo a retomar sua capacidade de agir e pensar por conta própria, sem estar atrelado a ideologias e filosofias inúteis. Acrescento meus agradecimentos pela oportunidade que ocorreu sem despesas desnecessárias.

Antes de fechar a seção, porém, preciso deixar a pergunta de um leitor anônimo: O senhor escreve Ávaro com acento, mas o correto é Avaro, sem acento.
DR. ASPLÊNIO: Perfeitamente! O vocábulo avaro é paroxítono, ou seja, tem acento na penúltima sílaba mas, pelas regras gramaticais, não recebe sinal agudo de acentuação. No entanto, quero lembrar que nomes próprios não seguem norma e podem receber acentuação onde as regras gramaticais não recomendam e vice-versa. Assim, até nosso nome explica o tipo de liberdade que entendemos. Obrigado pela oportunidade.

Agradecimentos

Retornamos após um breve período de dificuldades conectivas para expressar nossos agradecimentos ao MSO – Movimento dos Sem ONG, os quais expressaram formalmente seu apoio à nossa causa. Agradecemos também ao MSE – Movimento dos Sem Educação que, ao contrário do que sugere o nome, são muito bem educados, porém, em casa. Finalmente, queremos agradecer publicamente ao MSM – Movimento dos Sem Movimento, os quais movimentaram-se para nos trazer seu apoio formal. Continuamos na constante luta pelos nossos inalienáveis direitos à avareza impostora, ou seja, contra o excessivo número de impostos que pagamos para nada, senão para nos tornar mais e mais dependentes de um estado falido tanto moral quanto financeiramente, uma vez que dinheiro jogado fora serve para nada. Em breve reproduziremos trechos de algumas cartas e emails que temos recebido ao longo destes nossos poucos longos meses de existência relatando as idéias dos nossos leitores. 

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Insegurança

A insegurança está indo tão bem que os bandidos, depois de assaltarem um banco, voltam e depositam tudo na conta que têm no mesmo banco para não serem assaltados depois.

sábado, 9 de abril de 2011

Comentários do Dr. Asplênio Ávaro ao MTP

Tivemos a feliz sorte de encontrar o Dr. Asplênio Ávaro em seu escritório, ao qual dirigimos toda a documentação do MTP, bem como tudo o mais que nos foi fornecido para que ele tecesse comentários a respeito do convite que recebemos. Passo, então, a palavra ao Ilmo. Sr. Dr. Asplênio Ávaro.

Caros leitores,  hoje recebi documentação extensa sobre mais um novo movimento de cidadania, o MTP, Movimento Tomates nos Políticos. Sinto-me honrado diante de tamanha consideração, haja vista o pouco ou quase nada que investimos na promoção do MAVOPS®©. Assim, ainda comovido, quero dizer primeiramente que estamos à inteira disposição do MTP para participarmos juntos da reconstrução do nosso país, lembrando que sempre nos objetamos a quaisquer despesas desnecessárias que nos causam transtornos que, por sua vez, nos dão despesas também desnecessárias e evitáveis. 

Caríssimos leitores, conforme pude observar pelo relato enviado, o gesto do MTP é nobilíssimo! Qual país não se sentiria honrado diante de tamanho patriotismo de seu povo? E qual cidadão não sentir-se-ia ainda mais enobrecido diante de tal convite?

Vivemos tempos bicudos. Diante de nós está a tarefa de reconstruir o país nas bases morais dos nossos ancestrais, os quais economizavam fósforos acendendo fogueiras com pedrinhas. Somos partidários da economia a qualquer custo, o que implica zerar o custo da economia. Os bravos cidadãos do MTP chegam em hora adequada, haja vista a necessidade de lembrar aos políticos brasileiros o lugar que ocupam no cenário nacional. Como subalternos, servem à população incansavelmente, lembrando que não se trata da nossa população a quem servem. Como serviçais bem pagos, mantém-nos em tamanha desordem que, nós do MAVOPS®©, sentimos na pele e no estômago a ansiedade que tanto nos tem causado despesas desnecessárias e evitáveis. 

Somos pedras roladas de rios. Arredondamo-nos diante de tantas mazelas, por isso vivermos tempos bicudos. Somos pisoteados pelos sapatos fétidos dos que achulezeiam nossos narizes com altos impostos, os quais nos fazem espirrar sem o devido responsório de Saúde!, que tanta falta nos faz sob a opressão em que vivemos.

Sim, avermelhamo-nos de vergonha, a qual não custa nada a quem a tem desde o berço. Dia a dia encontramos situações vexatórias que nos apequenam, tanto na alma quanto no bolso. Ficamos mais pobres de caráter, o qual custará muito para ser recuperado em toda a nação. E, em se tratando de despesas, estamos fora.

Acusam-nos de sociedade capitalista, a culpada pelas mazelas dos necessitados como se o dinheiro fosse a causa da pobreza. Sim, é a causa da pobreza de alma naqueles que vivem apenas para ele. Não a nós, avarentos e egoístas, conforme a opinião dos nossos opositores. Sem dúvida, é mera opinião infundada. Atiram em nós as pedras que lhes cabem, o que nos move na direção do MTP para que, gratuitamente, devolvamos a cor da moralidade aos rostos lívidos pela cara de pau dos que nos governam. A moralidade tem a cor dos tomates!

Este honroso movimento nos levará de volta aos bons tempos, nos quais qualquer cidadão podia andar pelas ruas sem medo de ser assaltado e ter que entregar seus bens aos bandidos, dentro e fora do ambiente político, dos prédios públicos, do Congresso Nacional, diante do Leão fazendário. 

As palavras finais do juramento emetepista são da mais alta moralidade e honra, as quais faço questão de repetir enfaticamente: 
Prometo, também, lutar com todos os tomates de que dispuser para que os impostos sejam tão baixos quanto a moral dos que os aumentam.
Vejam, leitores, quão nobre tarefa nos aguarda!  Da feira ao Palácio! Do campo à testa! Da terra à nobreza! Nossos filhos nos honrarão, nossos netos serão livres e poderão viver em paz nesta terra maravilhosa. Mas sem nosso esforço conjunto, nada conseguiremos senão mais despesas em impostos desnecessários que nos causam ainda mais despesas evitáveis.

A nobre arte de educar nossos políticos está em nossas mãos! Antes molhadas pelas lágrimas da aflição, agora avermelhadas pela massa de tomate. Querem dignidade maior? Pois eu lhes digo que só há uma maior que esta: a retomada de nosso país para os destinos que nós, indivíduos e cidadãos, traçamos para ele. Não mais nas mãos de corruptos gastadores do dinheiro alheio.

Senhor Presidente do MTP, senhores afiliados, muito me honra o convite que nada me custou senão esta resposta. Embora tenha custado dois copos d'água que tomei enquanto redigia este documento, é nada diante da elevada tarefa a que nos submetemos com alegria. Saiba V.Sa. que o MAVOPS®© estará ao lado dos dignos combatentes pela liberdade e moralidade nacionais, os quais custearão todos os tomates adquiridos com a restituição do Imposto de Renda neste corrente ano. Sendo assim, contem conosco! Mais uma vez, meu muito obrigado!

PS: Quando houver alguma reunião, peço o obséquio de ser avisado para que possa providenciar carona até o local. Algum filiado que tenha carro mora perto de nossa casa? Agradeço a gentileza antecipadamente.

Convite

Temos a grata satisfação em comunicar nossos leitores que fomos agraciados com um convite para associamo-nos ao MTP, Movimento Tomates nos Políticos. O objetivo que nos foi passado é simples e, até onde pudemos pesquisar, é muito bem aceito pela população. Uma vez que os políticos atuais são inteiramente comunistas e adotam como cor preferencial o vermelho sangue, nada mais lógico pensar que são vermelhos por dentro. O MTP tem o objetivo de torná-los igualmente vermelhos por fora. 

Segundo pudemos constatar em conversas com os já filiados, os políticos brasileiros não têm vergonha na cara, o que indica que estão lívidos, porém, vermelhos internamente. Assim, na melhor das intenções, o MTP pretende restaurar-lhes a verdadeira cor da moralidade: o vermelho tomate. Contudo, como não é aceitável que se inflem os ânimos ao ponto de fazer-lhes o sangue subir à cabeça, os cidadãos de bem deste país optaram por usar elementos totalmente ecológicos. Da mesma forma, para não contrariar os ideais vegetarianos nem os esquerdistas verdes, optou-se por um fruto vegetal: o tomate. Não há carne envolvida, nem sangue, o que já afasta qualquer acusação de movimento direitista carnívoro. 

As regras para a filiação são bem simples. O candidato terá que entregar uma ficha limpa, completamente em branco, no momento da filiação. Em seguida, juntará um atestado de antecedentes criminais sem antecedentes criminais. Antes da assinatura, o pretendente deve ler o juramento contido no estatuto de fundação diante da mesa diretora e dos convidados, o qual diz:

EU, (seu nome aqui), prometo agir em estrita observância às regras internas deste Movimento para defender minha família, meu país e meus correligionários. SE as leis feitas pelos políticos não estiverem de acordo com as melhores regras de boa conduta que existem há milênios e com a minha vontade, prometo que os farei lembrar, tornando-os corados através dos métodos aqui ensinados para que, ao longo do tempo, tais leis jamais sejam feitas novamente depois de anuladas, e, como ato de caridade, evitando que o eleito adoeça pela lividez arbórea expressa em sua face. ENtendo que o objetivo do MTP é tornar perene a pessoa do eleitor na memória dos que foram eleitos, lembrando-os de que é o povo que detém o poder político da nação. PRometo, também, lutar com todos os tomates de que dispuser para que os impostos sejam tão baixos quanto a moral dos que os aumentam.

Lido o texto, o pretendente apanha dois tomates na cesta logo adiante e dirige-se para o ponto de tiro, como é chamado o local. Daí, faz mira ao alvo, que é o boneco de um político qualquer. O pretendente deve acertar  o nariz do político, indicando que ele deve respirar apenas o ar dos que o elegeram. Assim que ouve o sinal, o pretendente atira um tomate. Se acertar, o dispositivo eletrônico do boneco mudará a expressão facial de sorriso vermelho malicioso para face semi-corada enraivecida. Então, o pretendente deverá dirigir-se ao ponto mais distante, assinalado no chão, como que indignado pela reação do político, que avermelhou-se de raiva e não de vergonha. O pretendente deverá mudar sua expressão facial de estupefato para enfurecido, olhar nos olhos do alvo e lançar outro tomate, desta vez, em direção à testa do boneco, o quê signfica a ativação da memória do político eleito em relação aos que o elegeram e lhe pagam para representá-los, e não a si mesmo. Este é um momento solene e exige total silêncio dos presentes. Como a distância é maior, há uma tolerância em relação ao alvo, que classifica o pretendente mesmo este acertando os órgãos genitais do boneco. Tal permissão significa que o elemento político eleito deverá ser lembrado de que tem algo a perder caso não obedeça seus eleitores, além de tornar clara a obrigatória liberdade de expressão. Obviamente, acertada a região pélvica, o dispositivo eletrônico atua: avermelham-se com a cor vermelho tomate os bolsos da calça do político, os quais servem para guardar o dinheiro que recebe do eleitor a fim de que trabalhe em favor deste, e não de outros nem de si mesmo. Acertados os alvos, o dispositivo eletrônico soa uma sirene e modifica a expressão do boneco para que se pareça com um servo amedrontado, porém feliz por ter sido lembrado pelo eleitor. É um momento de alegria contagiante: todos ficam em pé com a mão direita no coração. Ouve-se ao fundo o Hino Nacional. O pretendente, então, segue para a mesa diretora e assina sua filiação sob aplausos efusivos do Presidente e dos presentes.

Há um simbolismo quase maçônico na filiação de qualquer pessoa interessada. Cada gesto simboliza um ato enobrecedor, que eleva a alma do pretendente ao nível de cidadão genuíno e situa o político em seu devido lugar diante de todos. O objetivo não é ofender os políticos, mas torná-los cada vez mais aptos a exercer os cargos para os quais foram eleitos através deste exercício de cidadania. Realmente, um ato de nobreza da parte dos eleitores.

Conforme a postura do Presidente do MTP durante o ato de filiação, observamos que o simbolismo enobrece o caráter da classe política nacional, tornando-a apta a governar o país de forma cada vez mais justa. O lema embutido na totalidade dos símbolos significa: Políticos felizes em servir até sem nada receber. A postura que adotarão a partir da efetiva militância do MTP já foi observada pelos filiados: demonstrou-se elevada pois, ao encontrarem um eleitor, abaixaram suas cabeças e sentiram-se compelidos a respeitá-lo como o senhor deles, ao qual devem total obediência e gratidão. O eleitor é visto quase como um Suserano a dominar sobre o senhor do feudo, o qual lhe deve obrigações ad eternum. O termo é forte, mas, como pudemos observar nos testes práticos, o respeito do político pelo eleitor aumenta consideravelmente antes e muito mais depois de eleito. Conforme os documentos que pudemos verificar, raríssimos foram os casos nos quais o pretendente teve que treinar em casa até que acertasse o primeiro alvo.Praticamente todos acertaram os alvos com precisão logo na primeira vez, tamanho o ânimo de cidadania. Alguns houve que, por motivos de foro íntimo, solicitaram atirar três tomates em vez de dois, em alvos distintos do mesmo boneco, e foram prontamente atendidos pela mesa diretora devido ao profundo simbolismo dos gestos sobre os alvos. Tais elementos, hoje, constituem a Comissão de Frente Não Parlamentar nos atos públicos do MTP, devido à pontaria que demonstraram durante a cerimônia de filiação. Foram condecorados com a medalha: Tomate Neles!

Sentimo-nos honrados diante de tamanho gesto oriundo da Diretoria do MTP. Afinal, não é todo dia que eleitores como nós são convidados a participar de um movimento tão civilizado e moralizante como o que relatamos sucintamente aqui. Convocamos nossos leitores para que continuem nos prestigiando, pois brevemente publicaremos o estatuto do MTP bem como as regras completas para a filiação de qualquer cidadão de bem que preza pela moral de seu país. Observamos que vários paises já iniciaram movimentos semelhantes. Alguns, porém, em vez de tomates usam sapatos, porretes, panelas e até melancias, além de outros objetos tão adequados quanto os vegetais abundantemente encontrados por aqui. A diferença é apenas cultural.

Caros leitores, resolvemos publicar o evento pois, até onde pudemos observar, o movimento parece estar em consonância aos pensamentos do MAVOPS - Movimento dos Avarentos Oprimidos Pelo Sistema®©. Assim, na medida da disponibilidade do fundador, Dr. Asplênio Ávaro, publicaremos as opiniões dele a respeito de tão honroso convite. Aguardem.

Pensamento do ano

O governo só entende duas linguagens: a dos tomates e a dos impostos. Quando a primeira não está sendo bem compreendida, deixe de falar a segunda que ele entende imediatamente.

terça-feira, 29 de março de 2011

Nova entrevista com o Sr. Asplênio Avaro - Março 2011

Conforme prometemos ainda no final de 2010, voltamos com novas perguntas feitas pelos leitores.  Conversamos com o Sr. Asplênio por telefone, que nos atendeu com muita atenção e respondeu a todas as perguntas. Continuaremos ocultando os nomes dos internautas a pedidos.

Sr. Asplênio, VDF pergunta se o os avarentos são vegetarianos.
Excelente pergunta. Os avarentos não são vegetarianos, por mais paradoxal que isso pareça. Bem, os que conheço não são. Os vegetais são importantes mas não nos dão força suficiente para enfrentar os desafios que a vida nos apresenta. Se adoecemos, somos obrigados a gastar com remédios, que não são necessários se nos alimentamos bem, com carnes inclusive. Afinal, tudo o que Deus criou é bom e, recebido com ação de graças, não recusamos de forma alguma. Eu, p.ex., mantenho minha horta doméstica, o que evita gastos na quitanda, mas não deixo de comer carne.

O estudante PPB pergunta: Como vocês pretendem abolir a lei da oferta e da procura?
Perfeitamente! Sua pergunta veio a calhar porque o que eu falei numa entrevista anterior ficou obscuro. A lei de mercado, natural e comum a todos, não é nosso objeto de preocupação. Ela é excelente e nos auxilia a comprar muitas coisas a preços baixos e com qualidade. Seríamos ignorantes se pensássemos em abolir uma lei não escrita desse porte, e ignorância é algo que custa muito caro ao longo da vida; por isso nós a abominamos. Usei essa expressão, dando a impressão que abolimos a lei econômica, como uma ironia, pois o governo socialista assim quer dar a entender aos incautos. Você dá tudo ao governo que divide entre todos e dá quanto quer a quem quer. Isso é justo? Jamais! E os vagabundos, como ficam? Eles não têm o direito de passar necessidade só porque não querem trabalhar? Claro que têm! Então, você acha que o governo deve dar a eles alguma ajuda para mantê-los sem necessidade alguma? Não, isso seria uma injustiça social brutal!

Sr. Asplênio, aproveitando a última parte da sua resposta, juntarei algumas perguntas no mesmo sentido.  Resumindo, como um avarento vê a questão da justiça social? 
Perfeitamente! Vamos imaginar que há um sujeito na rua, vagabundeando. Vem o Ministério Público e o obriga a se matricular numa escola, porque ele precisa ter diplomas para trabalhar, coisa que duvidamos ser necessária, afinal. Bem, o sujeito responde: Não quero, obrigado! Em seguida vem o governo e lhe pergunta se tem família, para dar-lhe uma Bolsa Qualquer. Ele responde: Não, dá muito trabalho. Eu quero sossego.  Então, vem um assistente social que tenta levá-lo para um albergue. Ele retruca: Não, obrigado. Gosto de ficar sozinho.  Finalmente, vem um fiscal do INSS e pergunta se ele tem aposentadoria. Ele, já começando a enervar-se, responde: Não, caramba! Não tenho nada e não quero saber de nada. Me deixa em paz, p*&¨%! (sic) Então, o fiscal avisa: Pelo menos, faça o favor de cometer um crime, assim poderemos dar-lhe o Bolsa Bandido.  Para ver-se livre dos aporrinhadores, ele resolve fazer o que lhe foi pedido. Ora, se alguém quer viver sem trabalhar, que viva! Não vai comer direito nem vai ter o que quer sem trabalho honesto, mas é a decisão dele, e precisa ser respeitada. Justiça, em sentido estritamente jurídico, significa dar a cada um o que é seu. Nisso concordamos plenamente. Social já é redundância, porque justiça só existe no plural, para mais de um. Assim, é justo que o indivíduo que quer (ênfase do Sr. Asplênio) passar necessidade tenha a liberdade de viver assim, do jeito que escolheu. É dele a decisão de passar necessidade, então, deve ser respeitada. Hoje vemos que, mesmo quem não tem aptidão para estudar, é obrigado a estudar. Poderia aproveitar seu tempo aprendendo algo de que gosta e, com certeza, seria uma pessoa melhor no futuro.

Mas isso não se parece com a ordem cristã de ajudar o próximo. Como o Sr. vê essa questão? 
Perfeitamente! Ajudar ao próximo, como a própria frase explica, é ao próximo, não ao distante. Assim, isso fica restrito ao âmbito pessoal, não coletivo. Eu ajudo aos que estão próximos a mim, você aos que estão próximos a você, e assim por diante. Como vou ajudá-lo é outra questão. Preciso saber o que você realmente necessita. Na parábola, o sujeito precisava de alimentos e remédios, e foi o que recebeu. Isso é perfeitamente justo. Veja o caso das vítimas da chuva no sul. O governo não dá dinheiro, mas empresta para que reconstruam suas vidas. Não concordamos com isso. Quando ajudamos, não cobramos juros: damos o que a pessoa necessita, sem esperar retorno. E muitos lá não receberam nada até agora. O retorno é a pessoa se recuperar e trabalhar honestamente para ajudar outros da próxima vez. O estado não sabe gastar meu dinheiro e, quando o faz, faz muito mal.

Isso não se parece nem um pouco com avareza, Sr. Asplênio. 
Perfeitamente! Não se parece e não é. O nome de avarentos não é invenção nossa. Ao longo do tempo fomos sendo chamados de avarentos, de retrógrados, de homofóbicos, de trogloditas, de teóricos da conspiração, além de outros nomes que não pretendo elencar aqui, apenas porque começamos a reclamar da insensibilidade dos governos socialistas para com a nossa minoria. Reclamamos também dos valores gastos pelos governos para ajudar quem não quer dinheiro, mas apenas quer liberdade de criar a própria oportunidade caso ela não esteja à vista rapidamente. Então, escolhemos aquele nome que nos pareceu mais apropriado em função do que pensamos e vivemos. Assim, evitamos discussões desnecessárias que nos levam à depressão que, infelizmente, nos obrigam a gastar com medicamentos que não mudam a opressão da qual somos vítimas. Custos, meus amigos. Custos.

Falando em homofobia, temos uma pergunta interessante da jovem MFC, de Teresina: Os avarentos são homofóbicos?
De maneira nenhuma! Homofobia significa medo dos iguais. Como poderíamos ter medo dos iguais se não somos homossexuais? Se há uma palavra que melhor nos identifica, penso eu, é governofobia (risos). Temos medo de governos injustos e gastadores, pois a qualquer momento seremos obrigados a reagir e toda reação tem um custo. Como evitamos custos desnecessários, não gostamos de situações desse tipo.


Os avarentos admitem a convivência social com os homossexuais? 
Convivemos perfeitamente bem com quase todos desde que não nos causem despesas: podem viver do jeito que bem entenderem, só que não somos obrigados a gostar do que fazem. Como já me referi noutra entrevista, as alterações sexuais causam despesas enormes. Quando, como hoje, os governos dão dinheiro para as paradas homossexuais pelo país, nos posicionamos totalmente contra. E seremos contra se os governos derem dinheiro para uma parada heterossexual, para uma dos ciclistas de circo, dos boiadeiros sem chapéu, dos criadores de curiós, dos aparadores de grama sintética, enfim, dinheiro público não se gasta com essas manifestações. Quem quer fazer que gaste do próprio bolso. Por isso nos chamam de avarentos, o quê, como se pode ver, é completamente desproposital. Você já viu alguma passeada de avarentos? Não há. Não gastamos nada para nos promover. Somos quem somos sem qualquer promoção. Hoje estamos sendo divulgados, mas nunca foi do nosso propósito gastar com isso.


Então, o senhor é contra subsídios para o carnaval, por exemplo?

Evidente que sim! O estado não existe para essas coisas. O estado serve apenas para proteger os indivíduos que estão dentro de um limite territorial para que esses indivíduos possam trabalhar honestamente e viver de maneira digna. Claro que para isso é necessário alguma gasto, mas não da forma como vem sendo feito. O estado não pode ter poder maior que seus cidadãos. Vou repetir, se o poder vem do indivíduo, como o estado tem poder maior do que ele para gastar o dinheiro do indivíduo onde ele não quer? Quando o estado tem poder maior é tirania. Poucos percebem isso.


Mas o estado tem o poder que vem de todos, como uma somatória. 
Jamais! A questão não é a quantidade, mas a natureza desse poder. O poder não emana do povo somente se a quantidade de povo for maior que um dado número. Quem pode estipular esse quantum? Com quais critérios esse número seria encontrado? Não há a menor possibilidade de isso ocorrer porque é algo absurdo. O poder emana de todos, igualmente, não importa quantos são. Eu tenho o mesmo poder que você e nós dois juntos temos o mesmo poder que o porteiro do prédio. Nós três juntos temos o mesmo poder que o dono da mineradora de ouro. Os eleitos têm o mesmo poder que qualquer cidadão. Apenas estão ocupando cargos para decidirem questões pertinentes a todos nós porque precisamos trabalhar para o nosso sustento e para que o estado nos proteja de interferências externas e conflitos internos. E se não nos representam dignamente, são criminosos, devem ser destituídos de seus cargos e julgados por crime contra a economia dos cidadãos. São como ladrões.



Então, como o estado poderia prender o indivíduo que comete um crime se o criminoso tem o mesmo poder que o estado?
É uma pergunta lógica. A questão aqui não é de poder mas de consentimento. Se os indivíduos consentem em viver sob um ordenamento jurídico - as leis -, então estas leis dirão quem perde poder, quando e por que perde. Um indivíduo que tira a vida de outro, e não em legítima defesa, perde a liberdade diante da lei e está agora submetido ao poder dos demais indivíduos que não cometeram crimes. Todos consentiram que assim fosse. Os mortos não podem emanar poder, não podem exercer poder. Assim, se um indivíduo resolve matar muitos só para ter mais poder, é ele quem perde o poder que tem, e assim faz-se justiça. Desta forma, qualquer cidadão poderá levá-lo a uma prisão em nome desta lei que todos consentiram em obedecer. Chamaremos a polícia quando não tivermos condições de enfrentar o criminoso em pé de igualdade. Caso contrário, nós mesmos, como cidadãos, podemos levá-lo aos tribunais para que seja julgado com justiça por outros cidadãos.


Sr. Asplênio, isso pode gerar um caos na sociedade. Digamos que há uma pessoa de quem não gosto e quero me ver livre dela. Provoco uma situação qualquer e a levo à prisão. Como ficaria essa situação? Como provar que tudo aconteceu por uma desavença mesquinha? 
Sua pergunta é muito interessante mas nada muda, seja em qual sistema for, mesquinhez é mesquinhez e maluco existe em qualquer lugar. Conforme eu disse em outras ocasiões, os avarentos prezam pela moral. Não é possível viver uma sociedade livre sem regras morais. As leis consentidas originam-se nas leis morais que estão dentro dos indivíduos. Sem regra moral não é possível existir sociedade livre. A prova de algo assim é complicada, mas não impossível. Agora, imagine que o preso prova sua inocência e o acusa de abuso de poder, o que não é tão complicado assim numa sociedade moralmente estruturada. Quem perde o poder é você, que acusou o outro sem motivo justo. Essas leis já existem e servem para o mesmo fim, porque isso pode acontecer em qualquer lugar.


Mas, se a moral é relativa, o problema continua. Cada um pode agir conforme achar melhor, pouco importando se a moral alheia é mais rígida que a dele. 
Mas aí está uma afirmação impossível: a moral é relativa. Não, não é. Para ser relativa, é preciso que seja relativa a algo mais. Não existe o relativo sozinho, assim como não existe alguém mais alto perante um solitário numa ilha deserta. Digamos que seja relativa a outra regra moral. Mas esta será também relativa. Se ambas são relativas, podem ou não convergir para o mesmo ponto a depender da conveniência de cada um. Tal proposição é carente de sentido. Podemos expressar a idéia da moral relativa como uma equação na qual só temos variáveis desconhecidas. Tal equação só terá como resultado a continuidade da incógnita.  Para que exista ao menos uma moral relativa, é absolutamente necessário que exista, no mínimo, uma regra moral absoluta, para que possa haver comparação. As equações, necessariamente, terminam com um sinal de igual a, maior que, menor que, diferente de, etc., que é a comparação necessária. Além disso, se a moral é relativa, quem poderá dizer que a moral de um é melhor ou pior que a do outro? Por isso afirmamos que a educação doméstica, que ensina a regra moral absoluta é imprescindível para que uma sociedade qualquer possa ser verdadeiramente livre. Assim poderá consentir em leis justas e minizar problemas que surgem. Evidentemente que isso diminui custos brutalmente, e é por isso que aprovamos e defendemos esse tipo de regramento moral. Além do quê, quando nos facilita a vida, rendemos mais e melhor, aumentando nossa qualidade de vida.

Agora, Sr. Asplênio, preciso fazer uma pergunta de um internauta. Mas é uma pergunta que se parece mais com uma ofensa. 
Pergunte sem medo. Não fico ofendido.

Ele diz: Avarentos só pensam em dinheiro e nada mais? Assina como Pedra no Sapato.
Isso não me ofende de forma alguma. É uma pergunta razoável. Caro Pedra no Sapato, não pensamos só em dinheiro. Pensamos em nós mesmos e em nossos entes queridos, os quais só podem receber cuidados, alimento, vestuário e estudos com o dinheiro que conseguimos com nosso trabalho honesto. Sabemos que amor não custa dinheiro, mas o resto custa. Quando vemos o estado agigantar-se e tomar o que nos é difícil de obter, sofremos muito, adoecemos até, e deixamos de trabalhar, o que nos causa prejuízo duplo. Mas nem por isso o estado deixa de cobrar o que pensa ser fácil para nós. Se você não pensa em dinheiro, imagino que pode querer cometer crimes para obter o que deseja. Mas saiba que até isso custou dinheiro a alguém. Portanto, se você está vivo, está custando dinheiro de alguém. Como já disseram, não existe almoço grátis. Deixe de ser uma pedra no sapato de alguém, trabalhe honestamente. Vai lhe fazer muito bem. E parece que rimou, também (risos).

Sr. Asplênio, parece que por hoje não temos mais perguntas. Agradecemos sua colaboração e nos colocamos à disposição. A casa é sua. 
Agradeço a colaboração de vocês, que têm investido tempo e dinheiro para divulgar nossas idéias. Coloco-me à disposição dos internautas que desejam enviar perguntas. É muito importante que falemos com o maior número de pessoas possível, sem gastar muito, claro, a fim de que estejam cientes da armadilha na qual estão caindo enquanto servem a esse sistema perdulário socialista. Obrigado pela oportunidade. Até a próxima vez.

Agradecemos a paciência dos internautas que nos acompanharam até aqui. Muito obrigado pela atenção e até a próxima!